31 de agosto de 2016

• Roteiro desatinado

agosto 31, 2016 1 Comments

Vê onde agora estou?
Na tortuosa estrada até você
Assim me desfaço de um roteiro desatinado

Um toque áspero em meu cabelo
E as garras da efemeridade que me prendem
A brisa gélida que pousa nas minhas finas veias

Assim um enredo sucumbido, por tanta ironia
Os meus pés seguem agora descompassados 
E como tatuagem, os meus finais são cicatrizes

E assim vou ao seu encontro pra conversar
Expor sentimentos em ebulição, antes que eles
Enlouqueçam qualquer pessoa em sua razão

Pois a tanto tempo que não lhe vejo: s-o-l-i-d-ã-o

Autoria: Franciéle Romero Machado






25 de maio de 2016

• Apatia

maio 25, 2016 5 Comments

As mobílias trocam-se de lugar
Folhas caem na terra, decomposição
A insanidade te dá as mãos e aceitas
Como se fosse teu prêmio de consolação

Uma vida que se aflora demasiadamente
Observas de canto na sombra da letargia, 
Coração antes impulsionado, é ritmo parado
E a emoção outrora explosiva, só água fria

Assim mesmo, apatia é seu oxigênio agora
Em palpitares que não se propagam pelo pensar
Indiferente, não compra nem mais aqueles jornais
E hoje bebe com calma seus chás matinais

Patologia, caos emocional.

2 de maio de 2016

• Despir-se do orgulho

maio 02, 2016 4 Comments

Permito esse orgulho habitar essa casa
Dentro do meu eu, cheio de fragmentos
Tampouco ligo para as traças
que contornam as células de minha pele

Minhas aventuras de jamais abaixar a cara
Ação rara vindo de mim
Que te juro tentar encaixar essas cartas
Que por mero descuido espalham-se
Assim como jurei, controlar meus atos fraudulentos

Minhas íris ainda trazem engano cor castanho
E  esse humor estranho o qual desejo queimar
Antes que queime a polidez das minhas lágrimas 
quando erro, peco

E me desencontro no meio de entulhos
Arrumo um forma e troco a roupa dos meus defeitos
Retiro a sentença que houvera deixado a mim mesma
Mas humana sou, em meio a um universo...
[ocasional para os desconcertos].

Autoria: Franciéle Romero Machado

21 de abril de 2016

• Brandura

abril 21, 2016 9 Comments

Vou voar por essas ruas inquietas
Como se tivesse aquela alma de outrora
Pronunciar as palavras com toda garganta

Na minha consciência abrir as frestas
Pra que o sol entre sem demora
E que eu possa descobrir o que espanta

Existira tanta mocidade nessas faces
Uma festa, sempre caindo confetes
E o desabor quando se andava sozinho

Esperando algo que ficasse
Não um verso qualquer, milhares de verbetes
Um esconderijo, apenas um ninho

Assim viajo por esta velha cidade
Onde tudo insiste em ser demasiado igual
Até que o café me desperte em loucura

Será o momento ou muito tarde?
Para percorrer a vida que me faz jovial
E rasgar qualquer sinal de brandura

Autora: Franciéle R.Machado