27 de novembro de 2013

• Sobre ser tão só

novembro 27, 2013 5 Comments

E quero ser tão só
Mas preciso de uma mão para me apoiar

E retornando ao pó
Dessas palavras soltas a vagar

São ideias que formam montanhas tão altas
Beirando a viver na loucura mais sensata

A nitidez de antes não faz muita falta
Só é complicado entender a natureza nada intacta

Que nos fez amornar e não entender
Só quero me ouvir sem importar a coerência

E se eu nunca quiser ser mesmo só e não saber?
Será um deleite dos inimigos rindo desta experiência

E aqui dentro de mim converso
-
Por horas e horas, com coração de incertezas imerso.

Autoria: Franciéle R.Machado


25 de novembro de 2013

• Existe o lado bom, talvez....

novembro 25, 2013 2 Comments


Pés errantes que ainda vagam
São só isso percorrendo caminhos alterados
Simples como às vezes me atrasam
Nunca soube me desviar de pecados

Como se um trecho determinasse o resto
Já larguei na multidão olhar de protesto
Porém eu passava imóvel e tão inquieta
E por momentos já fui desonesta

Inquietude arrastando uma ansiedade
Numa sutil e leve enganação
Pés errantes querem achar motivo na cidade
Para que não morra a velha canção

Eu sentia a maciez dessa poluição
Esses livros de vida não completa
Um all star desgastado mesmo sem meta
Não percorreu ainda toda a imaginação

Embora apareça naquele olhar modesto
Eu soube desde sempre o quanto o engano
Abraça por um instante num gesto
Aonde reais palavras ficam abaixo do pano

Pés errantes eles sempre terão
Os adultos, os meninos, as pessoas 
Nessa reticência sem total destinação
Pés errantes podem levar a coisas boas 

Autoria: Franciéle R.Machado

21 de setembro de 2013

• Farsa incomum

setembro 21, 2013 5 Comments

A voz que ecoa sozinha e incomum
Eu, música não terminada e inspiração tardia
Desses dias sem papel para nenhum
E a farsa de buscar ser tanto em uma só vida vadia

Parece que o engano não transparece 
Tão convidativo que vou chamar para dançar
E em minha melhor fantasia que me apetece
Podemos com essas palavras rebuscadas enganar

Batidas suaves no peito outrora vivendo vazio
Contracenando em seu vão papel
Que de fato esmoreceu a cada olhar esguio
E se envolveu na crônica mais fiel

Esgotado do tumulto de tanta calma ardente
Que nem pode tirar o véu que o cobria
Em outro decorrer de tempo cálido e inocente
A mesma voz assustadora e fria de mim irradia

Irradia de mim.


Autoria: Franciéle R.Machado


12 de junho de 2013

• Distância entre corações

junho 12, 2013 9 Comments

Quem seria eu 
A protestar por poucos segundos
Sendo que o amor que você me deu
Me faz esquecer de todo mundo

Me sinto inútil ao viver o dia de hoje
Sem que amanhã eu possa ver você
Meu dia triste que fosse
Se não mais pudesse eu te ver

Passam as manhãs, tardes
E só em meu peito a única sensação
Um coração fazendo seus alardes
Querendo sentir o seu calor, ter sua atenção!

Quem poderia ser eu assim sem ti?
Ser que vaga com o pensamento inquieto
Eis que pelo ar em devaneio senti
Você espalhando o perfume predileto

Seu olhar não me deixa ver o tempo passar
Me perco por completo em seus braços
Desejo ansioso poder te encontrar
Me torno um viciado em seus beijos e abraços

Confortáveis caricias você trouxe até mim
Que não consigo mais te soltar
Sei que é dificil para nós ficarmos assim
Mas sempre fico esperando você voltar

Autoria: Fabrício Balok e Franciéle Machado

---Conheçam o blog dele: Folhas Levadas pelo Vento



20 de maio de 2013

• Não meras unidades

maio 20, 2013 9 Comments



E a correria dos acelerados dias
Nos fez abandonar o pensamento da reflexão
E permanecer na desordem habitual

As pessoas vãs e frias
Ficam inertes de toda a verdadeira razão
É como um conflito de frieza banal

Corpo parado sem compreensão
Vê caos, mas não se revolta, não se indaga
A mente apenas fixada na praticidade

Ah, esse nosso pensar pode ser indignação!
Que a alma supérflua não afaga
Quando refletimos, não somos do universo meras unidades

Um alguém apenas prático
É um ser humano estático.

Autoria: Franciéle R.Machado

5 de abril de 2013

• Interiores

abril 05, 2013 3 Comments


As paredes não choram mais
E o nada dos palpites vaga quase pairando
Sentir o gosto da felicidade e tê-la
Não precisar comprá-la em mercados baratos

A postura tenaz
De não achar, mas achando
Quando tinha medo de não mais vê-la
Conseguia senti-la no passo a frente em meus sapatos

Parece o amanhecer ansioso de um olhar
A compra de um livro novo e preferido
O saldo bancário não é importante e profundo
Como a delicadeza de poder sorrir

Podem até rir, mas vão me encontrar
No meio da quadra depois do dia corrido
Em meu interior mundo
Guardando em mim, aguardando o que há de vir

Autoria: Franciéle R.Machado

19 de fevereiro de 2013

• A dor nunca nos atravessará

fevereiro 19, 2013 8 Comments



Quero te levar na minha desordem
Mais insensata que todas
Quando seus olhos dizem
A dor nunca nos atravessará

Há um limite tão cruel
Entre as palavras e o coração
Pontos inertes do tempo
Mas nosso abraço é nosso céu

Você pode ser minha maior lei
Eu finjo que nunca sei
Mas colidimos com emoções tão belas
E jamais as guardamos em celas

Quero te levar para tomar chá ou café
Para sentir a vivacidade do agora
A realidade das coisas não sentidas
A afeição em união a fé

Quero te levar para o alto
Sem pausas por um momento
Pois amar é como um imenso salto
Em seu contínuo movimento

Posso te convidar para permanecer
Em minha desordem mais que ocasional
Pois seus olhos sempre me dizem aos poucos
Amor e eternidade fazem parte de um igual!

---
Autoria: Franciéle R.Machado

19 de janeiro de 2013

• Em doses certas

janeiro 19, 2013 15 Comments

Esse amor é um dia de calmaria
Em que todos sonham sem hesitar
No ritmo das palavras meigas

Você é a cor da poesia
Que me desnorteia para me alegrar
Na minha alma se aconchega

Nem exageros e nem desesperos
Doses certas do amor para sentir
Na dose certa para me apaixonar

Eis que andamos em passos sinceros e inteiros
Na velocidade que chegamos a se refletir
E que nos deixa nos achar

Só se perder sem a previsão
Cartas remetidas e selo de coração
Nosso destino é esse imprevisto

Um amor dando a cor a escuridão
Desvia tempestades em formação
É sempre tempo bom, um vasto misto

---
Autoria: Franciéle R.Machado

10 de janeiro de 2013

• Intacta de fel

janeiro 10, 2013 23 Comments

Segura nesse tumulto
Só sendo como um vulto
Que contracena sem ação

Acho que sempre escuto
O medo com seu luto
Com imensa comoção

Eu nem sou maltrapilha
Mas os vejo passarem indiferentes
Mesmo no calmo cotidiano

Desse mundo sentimental filha
Que mostra sempre, quase sempre os dentes
Sem se ocultar mais em panos

Segura nessa desordem sentimental
Interior conturbado e anormal
Segura nessa tal indiferença

Cansei de fugir de um temporal
E ao medo dar qualquer moral
Estar intacta, a melhor sentença

---
Autoria: Franciéle R. Machado
Imagem: Imagem: ©2009-2013 ~Eidhnean