6 de dezembro de 2012

• Incontido vício

dezembro 06, 2012 15 Comments



Enquanto meu vício incontido exalava no corredor
Que eu dizia coisas supérfluas do amor
Como se eu nem reconhecesse esse sorriso amarelado
O meu sorriso carente e já espantado


Visto que piscar os olhos lentamente e olhar as bordas
Do canto da risada que fragmentou minha face
Não admito ver o amor me puxando como cordas
Mas para que haveria tal disfarce?


Penso, pois que nem gosto de gritar livremente de vez
Gosto de propor um pouco de talvez
Esse meu vício incontido de mal dizer o amor e cair
O que esconder se eu sei que meu amado vai vir


---Fran.Machado


8 de novembro de 2012

• Dimensões na mente

novembro 08, 2012 5 Comments


Vão me desferir mil frases
Das quais nada entenderei
Com luzes fixas no meu olho

Aquele olhar que contém disfarces
Nas tantas vidas que vivenciei
Tanta compaixão está de molho

E as polêmicas sem efeito
No caminho um tanto calado
E ainda assim não dá pra entender

O futuro tão imperfeito
Visto de perto, bem de lado
Sem modéstia, passa sem nada dizer

Vão-me empurrar de prédios
E vão persistir meus tédios
Frases, olhares, jamais compreender

E tantas vidas vivenciei.


---Fran.Machado



*Leitores, peço desculpas pelo afastamento do blog.O motivo é estudos, mas sempre que possível estarei por aqui lendo ou postando.

21 de setembro de 2012

• Algo do depois

setembro 21, 2012 12 Comments



Aquele rímel borrado
Na noite que mostra esplendor
Em versos mal escritos

O futuro parece insinuado
Em uma pintura de pouca cor
No embaralho dos imprevistos

A dúvida que cala por vez
Ninguém compreendia a canção
Repentina tocando na alma

Não poderia ser cortês
Nessa tamanha contradição
A enlouquecer a calma

Das leis que nunca quis ouvir
Portanto o bom é a surpresa
Insinuações do depois

Sem pensar no que vai vir
Torna-se a realidade indefesa
E assim em imprevistos somos dois


---Fran.Machado

19 de agosto de 2012

• Abismo sutil

agosto 19, 2012 12 Comments



Para onde iriam os enredos antigos?
Caindo junto com a geada
Que cobre os sorrisos calorosos

Será que as vidas são castigos?
De quem atravessa a madrugada
E olvidando planos pretenciosos

Por hoje deveria adormecer
Ainda mais do que foi outra vez
Pois não já mais o que indagar

Antigos e breves enredos acabei
O profundo suspiro quer se achar
E hoje, as coisas vão se desvendar

Essas coisas que abandonei
Enfrentar um sutil abismo sem lei


---Fran. Machado

7 de agosto de 2012

• Esses caminhos da candura

agosto 07, 2012 9 Comments
Aqui tão perto te ter me faz
Ter o receio que jamais senti transparecer
Só parece outro sonho de quem não tem pés no chão
Segue os caminhos da candura enquanto toca tua mão

Essa melodia se espalhando por esse anoitecer
Te senti tão perto de sufocar minha maledicências
A dizer coisas e em seu olhar querer
A liberdade em compartilhar nossas vivências

Propor do amor jamais se esconder
Mesmo que o incerto, o tempo incerto o depois não prever


--- Fran.Machado

9 de julho de 2012

• Eu sou esse caos

julho 09, 2012 5 Comments

Eu nem preciso do amor
Como o corpo não de alimento
Ironias ao caos noturno menor
Ainda assim, me sustento

Pois bem, tenho aqui amor vivo
E palavras doces que convivo
Mas eu não sei transpor a vida
Fica só uma coisa incompreendida

Situar o peito outrora esfarrapado
Caia nos ralos da incerteza
E no que isso tem beleza?
Só se fosse meramente contracenado

Situar, isso não é simples como achei
Mas é só algo sem lei
Só que eu me engano sem querer
E atrevo ao silêncio por si dizer

Eu nem falo nada
E permaneceu o anoitecer
Dessa minha presença parada



---Fran. Machado

19 de junho de 2012

• Buscas contínuas

junho 19, 2012 8 Comments


Poeiras, folhas evaporando-se assim
Nesse ar quase de inverno
Sinto que nunca será o fim
De cada toque de lembrança nesse dia moderno

A aspereza da pressa com que vão
Exalando pedidos nus e sem coragem
O espairecer é uma breve distração
Que nem sempre embarca na viagem

Ora, ora...frutas meio adocicadas
Acabam por surgir no meu quintal
Notícias jamais reveladas
Entorpeceram meu bruto humor casual

Sim, desculpas contra os ecos dos muros
Em seus sussuros de verdades
E surgiram esperanças nos escuros
Depois de a consciência buscar por liberdade!

---Fran.Machado

26 de maio de 2012

• Encontro de sorrisos

maio 26, 2012 9 Comments


Olha que o amor me comoveu
E se moveu caminhando lentamente
Espero que não vá brevemente
De risadas todo o ambiente encheu

Quem sabe nós estejamos enganados
Mas somos tão amados
Cuidamos um do outro, sim
O seu olhar sincero repousando sobre mim

As vagas olhadas e as paisagens não podem explicar
E foi-se que em suas mãos achei carinho
E penso que antes vivíamos sozinhos
Agora acho que não quero te largar

Perdoe garoto dos olhos verdes serenos
Se tanto tenho receio em falar do amor
Como se fosse sentimentos meros, pequenos
É por causa do coração que ficou áspero de desabor

---Fran.Machado

24 de maio de 2012

• Julgarei-me mudada

maio 24, 2012 4 Comments

Julgarei-me talvez insensata
Não acerto nunca a hora exata
Falo e faço meus dias em impulso
Quero só pra mim o que está avulso

Que fiquem com frases reprimidas!
Não sou desta modéstia oportuna
E sim das histórias resumidas
Tal curiosidade se mostra como fortuna

Julgarei-me com virtudes
De calmas ao acordar nostálgica
A me assombrar da mágica
De me largar em inquietude

Quero meu repouso sorrateiro
Repousar os neurônios cansados
Na filosofia de um dia inteiro
Tenho muito pensado, quem sabe mudado

--- Fran.Machado

22 de abril de 2012

• Emergências

abril 22, 2012 6 Comments

Nos espelhos em minhas memórias
Que sempre nesses últimos dias
Ousei de não querer enfrentar!

Embora eu crie minhas histórias
Ficar estática nem me deixou sadia
Ah, se meu coração pudesse se soltar...

Feito aquele balão no ar eufórico
Que toca nas nuvens sem receio
Guardando em si novas vitórias

Feito o simples som melódico
Soando em seu momento sem freio
A entrega de uma nova glória

---Fran.Machado

24 de março de 2012

• Tudo é um encaixe

março 24, 2012 16 Comments
Talvez a hora mais certa para silenciar
Embora eu durma tão tarde
Não menos que três da manhã

Eles jamais vão poder me jogar
Palavras cruas e covardes
Não estando eu na verdade sã

Nem é a boêmia inventada na cabeça
Muito menos psicologia barata
É que as coisas tem de a se encaixar

As coisas que se mereça
Ou tudo não passa ideia que se mata
Pôr desordem a fim de perturbar

As coisas poderiam bem se arrumar
Por si, sem eu pensar mil planejamentos
Como se isso dependesse só de mim

Pés que não descansam vão me derrubar
E de novo falar demais com meus sentimentos
É como conformar-me com qualquer fim

Acho mais simples esperar
Junto ao tempo vagar

---Fran.Machado

28 de fevereiro de 2012

• Ao afeto que se foi

fevereiro 28, 2012 6 Comments

Já não sussurava em minha alma
E na agitação eu sentia a brisa calma
Estarei sozinha conversando com meu eu
Acabarei percebendo que me tornei só museu

Não há mais sentimento verdadeiro!
São apenas alegres e sútis memórias
Quem sabe o afeto que foi banido do roteiro
Para que eu tenha reais glórias

A minha ilusão em seu estopim
Tudo que é superficial tem de ter um fim
Metades, meios termos não me adianta
Enganosos olhares, isso hoje me espanta!

---Fran.Machado

12 de fevereiro de 2012

• Sobre o tempo

fevereiro 12, 2012 17 Comments


Sobre o tempo neste momento
Voaram as palavras de minha língua
Cansadas de estar a míngua
No aguardo de qualquer acalento

Eis que caio para admirar
O que construí sem derrubar?
Sem ocasionar os maiores estragos
O que ousei em tempos vagos?


Sobre fatos do tempo enredado
Não serve em mim tamanha grandiosidade
Alguém dividiria comigo então a saudade
Mas ninguém entende do que é intocado

Sobre o tempo escondem-se lugares
Os favoritos olhares
Que eu sinto falta em receber
Onde apenas eu posso ver

---Fran.Machado

25 de janeiro de 2012

• A Efemeridade adoece

janeiro 25, 2012 14 Comments
É certo que vou arrumar
Esse meu quarto bagunçado
E parar de me achar
Um monumento ilhado
De emoções efêmeras

No dicionário busco o significado
Ao que tenho passado relutante
Deve haver algo embrulhado
Algo que seja mesmo constante
Sem tolices e asneiras

E eu tinha alguma emoção
Na ponta dos meus dedos
A qual já fiz tanta reclamação
Deixando nos modernos medos

Medos de que fira gravemente
E efêmera devo estar sendo
Alego que ando meio doente
O que estará me adoecendo?

Tal efemeridade a vir assim cedo?

---Fran.Machado

14 de janeiro de 2012

• Algo que Olvidei

janeiro 14, 2012 18 Comments

Nesses meus bolsos furados
Caíram tudo de abstrato
Escorreram junto à enxurrada

Quem sabe corações frustados
Na sombra de quem some no fato
E pensa guardar forças compensadas

Imóvel tenho tocado na brisa
Aquela mesmo que empurra
Que voa o amor na contradição

Que minha pele tanto alisa
Mas depois a surra
Como numa dor de negação

Algo que olvidei
Destino indeciso que deixei
Algo que permiti escapar
Sem nem mesmo cumprimentar


--- Fran.Machado

1 de janeiro de 2012

• Ao que é real

janeiro 01, 2012 12 Comments
Trouxe meus suspiros de repente
Você, que a minha alma varria
Eu sorria ao seu lado e você tão bem sabia
(Aquele sonho no início do dia isso previa)

Que aquela noite mostraria seus olhos de perto
Com as luzes da cidade tão viva e agitada
Com a música alta, com a temperatura fresca, com a emoção
Até com o incerto sendo suspeito de tirar a razão

E estou surpreendida
É tanta emoção que estou prendida
Ao intraduzível!
Ao que não me cabe explicar e explicar

Sentir é ser surpreendido e não querer nada mais dizer
Fechar os olhos e ao instante se render
Que é estar tão perto...assim!


---Fran.Machado




(Primeiro poema do ano, abrindo com palavras felizes)

Um Feliz Ano Novo!